Monção acolhe congresso sobre arquitetura popular para debater preservação das brandas

Cerca de 30 investigadores portugueses, brasileiros e espanhóis reúnem-se entre quarat-feira e sábado, em Monção, para debater “medidas de salvaguarda” das antigas casas de pastores situadas nas brandas. O colóquio internacional de arquitetura popular vai ser dedicado à branda de Santo António de Vale de Poldros, lugar de Riba de Mouro, “um conjunto arquitetónico exemplificativo do povoamento de transumância”.

Em causa estão povoados de montanha para onde os vigias (brandeiros) levavam o gado durante os meses de verão, descendo novamente às suas povoações de origem, as inverneiras, a partir de setembro.

A organização do evento é partilhada pela Câmara de Monção e Centro de Investigação em Arqueologia, Urbanismo e Design, da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.

Os conferencistas internacionais vão debater “a necessidade de implementação de medidas de salvaguarda, estratégias coerentes de intervenção e soluções de natureza social, económica e arquitetónica que permitam a reintegração deste património na vida das comunidades e a sua potenciação enquanto veículos de promoção turística”.

Aquele património arquitetónico popular é constituído por casas, denominadas cardenhas, todas muito rústicas, de sobrado e corte térreos, que formam um conjunto ímpar não só pela sua beleza e tipicidade como também por serem de fácil acesso.

As cardenhas eram os abrigos dos brandeiros, pastores que cumpriam a chamada transumância, subindo com os rebanhos à montanha, até às brandas, situadas nas zonas mais altas do concelho.

Aí permaneciam de abril a setembro para retirar partido de melhores pastos, e regressando à aldeia quando as chuvas e ventos agrestes prenunciavam o fim de mais um ciclo.