Chuva dos últimos dias causa infiltrações no templo de Santa Luzia mas sem danos
11 Janeiro 2018, 16:38
A chuva dos últimos dias causou infiltrações de água na Igreja de Santa Luzia mas a Confraria que zela pelo templo garantiu a RAM que “não se registaram danos no interior”.
O presidente da Confraria de Santa Luzia, André Alves, explicou que “o mau estado da caixilharia dos vitrais da cúpula permitiu a entrada da água da chuva”, situação verificada em anos anterior e que vai ser resolvida com a terceira fase das obras de requalificação do templo, já em curso.
A requalificação dos vitrais e das rosáceas vai ser feita no local por uma empresa especializada que “já tomou medidas para minimizar o impacto do mau tempo” que se tem feito sentir.
“Os vitrais e as rosáceas do templo são de difícil acesso e representam a intervenção mais delicada da terceira fase das obras de requalificação do templo”, disse.
André Alves explicou que “todos os vitrais, murais sob a nave-mor, altares, imagens, pinturas e todo o espólio exposto e guardado vai ser intervencionado no âmbito de uma empreitada já em curso”.
Esta empreitada, com prazo de execução de 150 dias, já tiveram início e estão orçadas mais de 130 mil euros.
André Alves anunciou a conclusão, hoje, das obras do albergue de peregrinos instalados num edifício polivalente de três andares, orçado em 900 mil euros. Além do albergue, as novas instalações destinam-se a acolher a confraria, o arquivo e o museu do templo de Santa Luzia, dedicado ao Sagrado Coração de Jesus.
Em setembro passado, foram concluídos os trabalhos de limpeza da fachada frontal do santuário.
O santuário de Santa Luzia está a ser alvo de um investimento de requalificação de quase meio milhão de euros. As obras começaram em abril de 2017, com “a requalificação do interior do templo e a instalação de um sistema de contagem de visitantes e terminam com a apresentação de uma aplicação para telemóveis e ‘tablets’ e de um novo sítio na internet, para a divulgação e promoção turística do santuário”.
O responsável explicou que “a intervenção, orçada em mais de 480 mil euros, financiada em 80% por fundos comunitários, está dividida em quatro fases, que abrangem o interior e exterior do templo-monumento, o tratamento de todo o espólio, a instalação de sinalética e a criação de ferramentas para a sua divulgação”.
A Confraria zela por aquele santuário desde 19 de março de 1884.
Projetado pelo arquiteto Ventura Terra, o templo de Santa Luzia, cuja construção decorreu entre 1904 e 1943, é hoje um ex-líbris de Viana do Castelo, sobranceiro à cidade na montanha com o mesmo nome.
Em paralelo, decorre o projeto de reordenamento e beneficiação da zona envolvente àquele monumento nacional classificado, iniciado em março de 2014, num investimento superior a um milhão de euros, “integralmente suportado pela confraria”.
Integrado no arranjo urbanístico e paisagístico daquela área foi inaugurado em 2014 um anfiteatro e o reordenamento do Jardim das Tília, nas traseiras do templo, num investimento de cerca de 100 mil euros. O projeto integrou ainda o “redesenho” da praça do santuário, reorganizando a circulação automóvel e pedonal no local, nomeadamente “eliminando o estacionamento na frente do templo e reduzindo a área de paragem de autocarros”.
O plano global de requalificação da envolvente ao templo contempla ainda “a construção de um bar/restaurante panorâmico além de um espaço de culto e para conferências”, orçado em três milhões de euros.
“Este é, seguramente, um projeto que só conseguiremos concretizar na próxima década”, referiu.
Em 2014, aquela confraria foi distinguida com o certificado de “Excelência” 2014, com base na pontuação atribuída por turistas de todo o mundo. A atribuição do prémio foi baseada nos “’feedbacks’ positivos” de viajantes que consultam habitualmente o Tripadvisor, o maior ‘site’ de viagens do mundo.
FOTOS: OLHARVIANADOCASTELO.BLOGSPOT