Dormir a sesta por 20 minutos durante o dia previne enfartes
13 Setembro 2019, 9:19
Estudo indica que, dormir uma breve sesta até duas vezes por semana - não mais que 20 minutos - tem um poderoso efeito anti-stress.
O hábito – querido de tantos – pode ser benéfico para a saúde, é o que aponta um estudo publicado na revista Heart. O novo artigo afirma que ‘passar pelas brasas’ à tarde uma ou duas vezes por semana reduz o risco de problemas cardiovasculares, como doenças cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC).
“Embora as vias fisiológicas exatas que ligam a soneca diurna ao risco (de doença cardiovascular) não sejam claras, (esta pesquisa) contribui para o debate em andamento sobre suas as implicações para a saúde e sugere que pode não ser apenas a duração, mas também a frequência que importa”, comentou Kristine Yaffe, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, num editoral que acompanhou o estudo.
A nova pesquisa não revelou até quanto tempo a sesta pode ser benéfica para a saúde cardiovascular, mas especialistas indicam que 20 minutos é suficiente. Vale lembrar que estudos anteriores mostraram que sestas prolongadas e frequentes podem, na verdade, prejudicar a saúde cardíaca. Por isso é importante moderar o sono da tarde.
Para chegar a este resultado, os cientistas analisaram os hábitos de sono e estilo de vida de 3.500 adultos suíços entre 35 e 75 anos. Os participantes realizaram ainda exames médicos destinados a avaliar a saúde geral. A análise mostrou que mais da metade dos voluntários não tinha dormitado durante a semana que antecedeu o estudo. Entre os que dormiram, 667 costumavam fazê-lo uma ou duas vezes por semana, 411 de três a cinco vezes e 370 tiraram uma soneca de seis a sete vezes.
Ao longo de cinco anos de acompanhamento, a equipa registou 155 casos de problemas cardíacos. Uma investigação mais aprofundada detetou que entre aqueles que dormiam a sesta entre uma a duas vezes por semana mostraram ter um menor risco de problemas cardiovasculares, comparativamente àqueles que não mantinham esse hábito. O resultado permaneceu semelhante após terem sido considerados fatores de riscos, como duração do sono noturno, dados demográficos (como faixa etária) e estilo de vida.
Não foi encontrada uma relação significativa entre sestas mais frequentes e menores riscos cardiovasculares. Participantes acima dos 65 anos também não pareceram beneficiar do descanso; os pesquisadores acreditam que isso seja justificado pelo facto de que pessoas mais velhas tendem a sofrer mais com problemas de saúde e dormitam por períodos mais longos do que os mais jovens.