Viana, Caminha e Esposende têm, este ano, 18 milhões de euros para requalificar zonas costeiras

A sociedade Polis Litoral Norte anunciou hoje um investimento de 18 milhões de euros em 25 intervenções de proteção e defesa costeira dos concelhos de Caminha, Viana do Castelo e Esposende a realizar até ao final do ano.

Segundo os dados avançados pelo presidente do conselho de administração daquela sociedade, Pimenta Machado, o concelho de Viana do Castelo será contemplado com dez milhões de euros para 11 intervenções, Esposende será alvo de nove empreitadas orçadas em 5,8 milhões de investimento e para Caminha estão previstas seis intervenções, estimadas em 2,5 milhões de euros.

Pimenta Machado, que falava na biblioteca municipal de Viana do Castelo durante a apresentação do plano de ação da Polis Litoral Norte para 2017 adiantou que “entre 2009 e 2016, a Polis Litoral Norte realizou 47 empreitadas num investimento global de 24,6 milhões de euros, sendo que, no total, a sociedade vai investir 42,6 milhões de euros em 72 intervenções” de requalificação nos 60 quilómetros de costa daqueles três concelhos.

Naquela sessão, presidida pelo ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, após uma visita às obras de requalificação da Praia Norte, orçadas em 2,15 milhões de euros, o responsável disse que o investimento realizado nos últimos oito anos foi financiado por fundos do Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT) em cerca de 15,3 milhões de euros, e do ON 2-Programa Operacional Regional do Norte (9,3 milhões de euros).

Já o investimento previsto para 2017 será comparticipado em 9,5 milhões de euros pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR), em 3,3 milhões de euros pelos fundos do Norte 2020 e em 5,2 milhões de euros pelo Mar 2020.

No discurso que proferiu naquela cerimónia, o ministro do Ambiente destacou que “em oito anos foram investidos 24,6 milhões e que, num ano, vão ser investidos 18 milhões de euros”.

“Àqueles que acusam este Governo de revanchismo, não vou devolver a palavra porque é demasiado feia mas direi que, foi de facto, por uma desconfiança absurda e, absolutamente, injustificada que projetos como o Polis a dada altura pararam e pararam mesmo”, reforçou.

João Pedro Matos Fernandes destacou “o modelo de trabalho em conjunto” desenvolvido por aquela sociedade, entre as autarquias e a administração central, e que exortou a que “não se perca”.

Disse que “não há soluções finais quando se intervém no litoral”, defendendo ser preciso fazer “uma adaptação constante” em que “todos anos e a cada ano temos que continuar a fazer estas intervenções”.

“Há uma coisa que já aprendemos, é que os problemas no litoral não se resolvem à bruta, não se revolvem com grandes obras e grandes esporões”, frisou.

Entre as 11 obras a realizar este ano em Viana do Castelo encontram-se as de proteção e reabilitação do sistema costeiro na praia da Ínsua, da Arda/Bico, Amorosa, Pedra Alta, Praia Norte, já em curso e com conclusão prevista para junho, a criação de um corredor ecológico em Carreço e Afife e de um troço da futura ecovia do Litoral Norte.

Em Caminha está em curso o projeto de proteção e reforço do cordão dunar entre Camarido e Moledo, estando ainda previstas a proteção e reabilitação do sistema costeiro entre a foz do rio Âncora e o Forte do Cão, infraestruturas para valorização e visitação de áreas classificadas naquele concelho que implica a construção de dois troços da futura Ecovia do Litoral Norte.

Em Esposende as nove intervenções previstas contemplam a alimentação artificial das praias adjacentes à foz do Cávado, reabilitação do molhe norte da embocadura do Rio Cávado e proteção do sistema costeiro da Praia da Bonança.