Com vídeo:Viana acolhe 1º demonstração de sobrevivência em agueiros do Instituto de Socorros a Náufragos

A praia do Cabedelo foi a escolhida para dois dias da primeira demonstração nacional de sobrevivência em aguaceiros promovida pelo Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), no âmbito do projeto MELOA- Multi-purpose/Multi-sensor Extra Light Oceanography Apparatus.

Trata-se de um projeto financiado pelo programa da União Europeia Horizonte 2020, que teve início em dezembro de 2017 e irá decorrer até fevereiro de 2021.

Fornecer uma solução eficaz e de baixo custo para monitorizar as correntes marítimas de superfície e as suas características dinâmicas em qualquer parte do mundo. Este é o objetivo principal do novo projeto europeu MELOA, que conta com a participação do Centro de Sistemas de Informação e Computação Gráfica (CSIG) do INESC TEC.

Coordenado pela DEIMOS Space, o MELOA – Multi-purpose/Multi-sensor Extra Light Oceanography Apparatus tem como objetivo desenvolver uma solução baseada em derivadores flutuantes de baixo custo, fácil de manusear, resiliente e diversificada, capaz de ser usada em diferentes ambientes marítimos, desde o mar profundo até zonas mais terrestres, incluindo áreas costeiras, ribeiras e zonas de desportos aquáticos.

A contribuição do INESC TEC consiste no desenvolvimento do software para gestão das campanhas de recolha de dados e a integração com o catálogo de dados a disponibilizar pela DEIMOS, numa perspetiva de alimentar os serviços do Copernicus relevantes, bem como de alavancar a disponibilização de serviços de valor acrescentado.

Este trabalho assenta na evolução da plataforma de software já desenvolvido pelo INESC TEC para os derivadores WAVY no âmbito do Observatório RAIA.

Esta solução, que resultou de uma colaboração com o LSTS (Laboratório de Sistemas e Tecnologia Subaquática) da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e com o Instituto Hidrográfico, foi usada para estudar a circulação de superfície na zona de rebentação, incluindo detalhes sobre a estrutura dos agueiros (rip currents) e correntes de deriva litoral, demonstrada em campanhas conjuntas em São Jacinto e Vila Praia de Âncora.

Além do INESC TEC e da DEIMOS Space, este projeto conta com a parceria da DEIMOS Engenharia, do Instituto Hidrográfico (IH), do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR), da Ocean Scan, da Composite Solutions, da Collecte Localisation Satellites (CLS) que gere a rede de satélites Argos, da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC) e da SmartBay Ireland (SBI).

Em entrevista à RAM, António Jorge da Silva, oceanógrafo do ISN explicou que a demonstração realizada, esta sexta-feira e sábado, na praia do Cabedelo, em Viana do Castelo visa sensibilizar os banhistas, envolvendo-os diretamente em experiências práticas de observação da circulação litoral, que lhes permitirão reconhecer, evitar e sair de «agueiros» em segurança.

O comandante da capitania e capitão da Polícia Marítima de Viana do Castelo, Raúl Risso saudou a realização a importância da informação divulgada por estar demonstração no início da época balnear 2018.

Sobre a época balnesar, o comandante Raúl Risso garantiu que a Capitania “tem todos os meios prontos para fazer face a todo o tipo de ocorrência”.

Viana do Castelo volta, este ano a ostentar oito bandeiras azuis. A Associação Bandeira Azul da Europa anunciou hoje a atribuição do galardão às praias de Afife, Arda (Mariana), Paçô, Carreço, Norte, Cabedelo, Amorosa e Castelo de Neiva.

As oito praias foram ainda distinguidas com a bandeira “Qualidade de Ouro”. Desde 2010, a avaliação da bandeira “Qualidade de Ouro” é efetuada pela Associação Nacional de Conservação da Natureza (QUERCUS), recorrendo à informação pública oficial disponibilizada pelo Instituto da Água

Em Viana do Castelo está ainda instalado um dos três Centros Azuis atribuídos à região norte do país. O Centro Azul da capital do Alto Minho está instalado no Centro de Mar, a bordo do navio Gil Eannes.

Foto e vídeo: Ricardo Sousa/DR-RAM