Braga acolhe Missa de Ação de Graças pela canonização de antigo arcebispo Bartolomeu dos Mártires
10 Novembro 2019, 19:33
O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos presidiu hoje, na Sé deBraga à Missa de Ação de Graças pela canonização equipolente de Frei Bartolomeu dos Mártires, decidida pelo Papa Francisco por causa da “expansão do seu culto” e “santidade do seu ensinamento”.
Segundo a Agência Ecclesia a celebração de Ação de Graças, onde foi lido o decreto de canonização do novo santo português, decorreu na Sé de Braga e contou com a presença do presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, do presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente, de bispos da maioria das dioceses de Portugal e do clero dos territórios onde foi bispo D. Bartolomeu dos Mártires, nomeadamente Braga e Viana do Castelo, assim como da Ordem dos Pregadores (dominicanos).
“A expansão do seu culto para além dos confins da Arquidiocese de Braga e a relevância eclesial da sua santidade e da incidência do seu ensinamento sobre a prática cristã e sobre a evangelização levaram o Santo Padre Francisco a incluí-lo definitivamente no elenco dos santos”, afirmou o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, o cardeal Ângelo Becciu na homilia da Missa.
Na homilia da Missa, o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos referiu os “motivos de conveniência pastoral para esta canonização”, nomeadamente a “profundidade da sua cultura teológica e do seu ensinamento como doutor e exemplar mestre da ordem dos pregadores”.
O cardeal Ângelo Becciu lembrou o “forte empenho pela reforma da Igreja e a renovação da vida cristã” de D. Frei Bartolomeu dos Mártires, um dos mais “férvidos e conceituados padres do Concílio de Trento o mais importante acontecimento eclesial quinhentista”.
“Compreendemos a grande atualidade da sua mensagem, especialmente no âmbito doutrinal e pastoral, como homem de oração, grande evangelizador e bispo totalmente dedicado às pessoas a ele confiadas”, afirmou.
O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos referiu-se também à “incansável na renovação da diocese” levada a cada por D. bartolomeu dos Mártires, que visitava as 1300 paróquias em cada três anos.
Frei Bartolomeu dos Mártires, de seu nome Bartolomeu Fernandes, nasceu em Lisboa a 3 de maio de 1514; foi arcebispo de Braga numa ocasião em que a arquidiocese incluía os territórios das dioceses de Braga, Bragança, Vila Real e Viana do Castelo.
O novo santo destacou-se pela sua missão pastoral à frente das comunidades católicas do Minho e de Trás-os-Montes, com especial relevo para o seu gosto pelas visitas pastorais às populações, a que dedicava grande parte do seu tempo.
Ao longo do seu percurso, D. Frei Bartolomeu dos Mártires ficou conhecido pela sua preocupação com a estruturação da Igreja Católica local, do clero às comunidades católicas, e pelo seu empenho nas causas sociais, de modo particular junto dos mais pobres e doentes, Depois de resignar em 1582, por motivos de idade, Frei Bartolomeu dos Mártires viria a falecer em 1590, no Convento de Santa Cruz, em Viana do Castelo.
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) saudou o anúncio da canonização de D. Frei Bartolomeu dos Mártires, considerado um “grande modelo para a renovação da Igreja”.
O anúncio da canonização de Frei Bartolomeu dos Mártires aconteceu a 6 de julho deste ano; no texto publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé refere-se que o Papa Francisco “aprovou os votos favoráveis” dos membros da Congregação para as Causas dos Santos e estendeu o culto litúrgico em honra ao arcebispo português a toda a Igreja, “inscrevendo-o no livro dos santos” por “canonização equipolente” (dispensando o milagre requerido após a beatificação).
O arcebispo português, que se afirmou como uma das vozes de referência no Concílio de Trento (1543 – 1563), foi declarado venerável a 23 de março de 1845, pelo Papa Gregório XVI, e beatificado a 4 de novembro de 2001, pelo Papa João Paulo II.
Foto : Agência Ecclesia