Cópia de filme com 60 anos sobre Auto da Floripes exibida domingo no Sá de Miranda
29 Outubro 2019, 18:54
A ante-estreia da cópia do filme Auto de Floripes, produzido em 1959, vai decorrer no domingo, pelas 17:00, no Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo.
O original foi produzido pela secção Experimental do Clube Português de Cinematografia – Cineclube do Porto e retrata a peça de teatro popular Auto da Floripes, que se representa há 200 anos, a 05 de agosto, no Lugar das Neves, uma convergência de três freguesias pertencentes ao concelho de Viana do Castelo: Barroselas, Mujães e Vila de Punhe.
Em setembro, a Câmara de Viana do Castelo aprovou, por unanimidade, uma proposta de parceria para o restauro do filme. O custo total ronda os 13.175 euros, sendo que o Cineclube do Porto suporta 8.225 euros e a autarquia 4.950 euros.
O filme, apresentado em 1961, foi realizado a partir de uma ideia original de Henrique Alves Costa (1910-1988), sendo uma obra coletiva, entre outros, de António Reis, Luís Ferreira Alves, Henrique Alves Costa, Lopes Fernandes, Fernando Ferreira e Virgílio Moreira.
O auto é levado à cena por cerca de 25 comediantes populares da região e baseia-se num episódio extraído da guerra entre o imperador Carlos Magno e o rei turco Almirante Balaão, uma disputa entre cristãos e mouros, que os primeiros acabam por vencer.
Para o Núcleo Promotor do Auto da Floripes 5 de Agosto, responsável pela representação da peça no lugar das Neves, trata-se de uma “uma relíquia do teatro popular português”.
A chegada dos exércitos ao campo de batalha é feita ao som de bandas de música, começando logo depois o duelo, interpretado pelo Conde de Oliveiros, pelo lado cristão, e por Ferrabrás, rei de Alexandria e filho de Balaão, pelo lado turco.
Oliveiros ganha o duelo, mas, numa cilada, é feito prisioneiro pelos soldados turcos, enquanto Ferrabrás, muito ferido, é abandonado pelos seus homens, que o julgam morto, sendo recolhido pelos soldados cristãos, que o levam para junto de Carlos Magno.
Este manda embaixadores ao rei turco a propor a troca de Oliveiros por Ferrabrás, mas Balaão recusa e manda Brutamontes, o bobo da corte, encarcerá-lo, após o que se sucedem trocas de embaixadas e mais guerras entre as partes.
É então que entra em cena Floripes, filha do Almirante Balaão, que consegue convencer Brutamontes a libertar Oliveiros, por quem está apaixonada, e os restantes prisioneiros, entregando-os a Carlos Magno.
O rei turco, ferido de raiva pela traição da filha, clama vingança, tendo então lugar mais algumas escaramuças entre cristãos e turcos, mas estes últimos acabam por se render, abandonando uns e outros o campo de batalha, novamente ao som das bandas de música.