José Maria Costa, que falava durante a apresentação pública da Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas, documento que integra 30 medidas, disse que a substituição da frota automóvel será um “contributo importante” do município “para a sustentabilidade ambiental e para uma efetiva redução de emissão de gases de carbono”.
O autarca socialista informou ainda que o concelho foi “selecionado”, pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, para integrar o projeto europeu Bridging European and Local Climate Action (BEACON) juntamente com 33 municípios da Bulgária, República Checa, Alemanha, Grécia, Polónia, Portugal e Roménia.
José Maria Costa explicou que o projeto vai proporcionar “a partilha de experiências e recolha de ensinamentos e boas práticas dos países envolvidos”.
A Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas, hoje apresentada, começou a ser delineada em 2015, e inclui as “grandes preocupações” do município no que diz respeito “ao território, infraestruturas, proteção e erosão costeira e as florestais”, entre outras.
José Maria Costa destacou que “a colaboração e a participação pública” na elaboração do documento, referindo que “nada se faz nada por decreto”.
Aderiu a 09 dezembro de 2016 à rede de municípios para adaptação local às alterações climáticas os de seguir
“É vontade firme do município de Viana do Castelo constituir um verdadeiro processo de planeamento e intervenção para estarmos alinhados com o Governo e as instituições internacionais para as alterações climáticas”, sustentou.
O secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, referiu que Viana do Castelo começou “há mais de uma década a preocupar-se com as questões ambientais e que esta estratégia não surge por acaso”.
“Há uma cultura de estabelecimento de parcerias com as instituições detentoras de conhecimento”, sublinhou, adiantando que o “exemplo” de Viana do Castelo seja “inspirador para outros municípios que ainda não tenham a sua estratégia municipal e que essas estratégias sejam a valer, que resultem em políticas públicas locais e em investimento”.
“Sobre alterações climáticas já começa a haver diagnóstico a mais. Aquilo que é preciso é ação e essa ação é da responsabilidade de todos nós, nomeadamente dos governos nacionais e dos governos locais”, referiu o governante.
Já o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Nuno Lacasta, destacou como “desafios a enfrentar de frente” a gestão dos recursos hídricos, do litoral e das florestas e o redesenho urbano.
“O perfil de utilização dos recursos hídricos e a morfologia de escoamento da Galiza para esta região está a mudar. Está identificado. Temos de intensificar alguns estudos. Temos tensões para o futuro que não podemos esquecer e a probabilidade de termos menos água disponível é alta. Há toda uma reflexão sobre esta matéria que é importante ter em conta”, frisou, referindo-se aos recursos hídricos do rio Lima e da bacia hidrográfica do Lima-Minho.
Segundo aquele responsável, atualmente, cerca de 60 municípios do país “têm ou estão em vias de ter estratégias de adaptação às alterações climáticas”, ao abrigo do programa Programa Adapt, iniciado em 2010.
