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Páscoa em Ponte de Lima cumpre-se com lenços na cabeça e ao som de violinos

Rádio Alto Minho

12 Março 2018, 18:41

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Em Vitorino das Donas, no concelho de Ponte de Lima, uma antiga tradição manda que os elementos que integram o compasso pascal enverguem lenços de mulheres na cabeça e sejam acompanhados por uma orquestra onde sobressai o som de violinos.

“Não há uma data certa para o início da tradição, mas terá surgido da proibição dos homens usarem chapéu durante os atos religiosos. Em dias de calor, como costuma acontecer por altura da Páscoa, para se protegerem do sol, os homens que levam a cruz a beijar passaram a usar lenços de mulher ou ‘cachenés’ atados na nuca”, explicou hoje à o pároco de Vitorino das Donas, Paulo Gomes.

O padre, que é também responsável pelas paróquias vizinhas da Facha e Seara, no mesmo concelho, explicou ainda que o mordomo da cruz “leva uma toalha branca, de linho, atravessada sobre o peito, simbolizando o altar da igreja”.

Paulo Gomes adiantou que, “outra das particularidades” daquele compasso, que decorre durante dois dias – domingo e segunda-feira de Páscoa – prende-se com o acompanhamento musical feito pela ronda orquestra de Vitorino das Donas, composta por mais de 20 elementos.

“A ronda é constituída por instrumentos, sobretudo de cordas, como os violinos, violas de arco, guitarras e bandolins e um ou outro instrumento de sopro. Os músicos são todos da terra e vão tocando melodias em cada uma das casas visitadas pelo compasso pascal”, especificou Paulo Gomes.

O compasso “é acompanhado por uma multidão, com várias dezenas de pessoas que, de casa em casa, apresentam cumprimentos de festa”.

Além do mordomo da cruz, o desfile integra dois mordomos das cestas “onde, antigamente, eram recolhidas as ofertas para o sustento do pároco”.

“Recolhiam ovos, cereais, entre outros produtos. Hoje, no domínio do simbólico, só a paroquia de Facha continua a cumprir essa tradição, recolhendo uma maça por cada casa da aldeia. A maça, como símbolo antigo do pecado, vencido pela ressurreição de Cristo”, explicou.

Os rapazes da caldeira (recipiente com água benta), da campainha e do pé da cruz (estrutura em madeira que permite fixar a cruz quando o compasso para em alguma casa), todos envergando lenços na cabeça, são outros dos elementos que integram o compasso pascal.

“Outra característica, que não é exclusiva desta região, é a de, a cada dois anos, realizar-se um encontro de cruzes de Vitorino das Donas e da Facha, numa zona onde os dois territórios se entrecruzam.

O encontro, que simboliza a relação fraterna entre as duas aldeias, “é realizado num espaço público onde os mordomos trocam as respetivas cruzes e as cestas”, referiu.

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