Serra d’Arga: XX Arte na Leira abre sábado e homenageia “vilarinho de covas”
13 Julho 2018, 10:44
Um painel de azulejos de grandes dimensões e em alto relevo foi a forma escolhida pelo pintor Mário Rocha para homenagear o músico Nelson Vilarinho, conhecido como Vilarinho de Covas, na XX edição da Arte na Leira.
A Câmara de Caminha, em comunicado, diz que a obra é um dos pontos altos da mostra que apresenta ainda outros exemplares de múltiplas disciplinas artísticas. A Arte na Leira abre portas este sábado, às 18:30, na Casa do Marco, em Arga de Baixo, em Caminha.
Pintura, escultura, cerâmica, desenho, joalharia são, entre outras, as áreas artísticas representadas nesta XX edição da Arte na Leira, que se realiza até 19 de agosto, numa organização da Fundação Mário Rocha, com o apoio da Câmara de Caminha.
O painel de homenagem ao músico Nelson Vilarinho está exposto na parte exterior da Casa do Marco, sendo composta por várias dezenas de azulejos, em alto relevo, pintados pelo próprio Mário Rocha.
Vilarinho de Covas é considerado um dos melhores tocadores de concertina do Alto Minho. Amigo de Pedro Homem de Melo, acompanhou o poeta por diversas vezes e levou o som da sua concertina além-fronteiras.
Em 2018 a Arte na Leira completa 20 anos de mostras ininterruptas.
“Há 20 anos, a ideia de levar a arte moderna para o coração da Serra d’Arga era algo que só podia ocorrer aos artistas. Absurdo, disparatado, excêntrico – terão pensado alguns. Estes descrentes – e não terão sido poucos – se minimamente conhecedores da Serra d’Arga, sabiam que estava em causa (como ainda está) um território rude, fortemente marcado pela ruralidade, inexplorado pelo que a ‘dita´ civilização tem de pior, onde as gentes vivem em comunidade, conhecem todos os vizinhos, conservam hábitos ancestrais, cultivando a terra ou criando o gado”, referiu Miguel Alves, citado na nota enviada à imprensa.
Na opinião do presidente da Câmara de Caminha, “o segredo do sucesso do evento deve-se, em boa parte, à qualidade que teve, desde o início, atraindo artistas de renome, que partilharam a Leira da Casa do Marco com outros menos conhecidos, com escolas”.
“Uma fórmula vencedora, despida de preconceitos, onde a arrogância de certas elites culturais não encontrou eco e até conseguiu derrubar barreiras. É minha convicção, porém, que não estaríamos hoje a contar a história da Arte da Leira, pelo menos como ela acabou por acontecer, se a população local não tivesse acarinhado o evento desde a primeira hora”, sublinhou o autarca socialista.
Ao assinalar duas décadas, conclui Miguel Alves, “o projeto Arte na Leira está hoje completamente consolidado, tem condições para crescer e o seu mentor, Mário Rocha, saberá abrir novos caminhos. O concelho orgulha-se deste evento, um evento que prestigia a nossa oferta cultural, que alegra a população serrana e que faz da nossa Serra d’Arga uma montra ainda mais preciosa”.