Proposta de classificação de aldeia de Sistelo já está nas mãos do Governo
09 Maio 2017, 10:45
A proposta de classificação da aldeia de Sistelo, em Arcos de Valdevez, designada por muitos como o pequeno Tibete português, como sítio de interesse nacional/monumento nacional (MN) da Paisagem Cultural acaba de ser proposta ao Ministério da Cultura.
A anúncio da proposta de classificação ao Governo foi publicada hoje em Diário da República (DR) e “fundamentado num parecer da Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura, de fevereiro”.
Com a formalização daquela proposta, o projeto para classificação como sítio de interesse nacional/monumento nacional (MN) da Paisagem Cultural de Sistelo, em Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, entra em período de consulta pública durante 30 dias úteis.
O presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, João Manuel Esteves congratulou-se com “o início da última etapa do processo, cuja última palavra cabe agora ao Ministério da Cultura”.
“O processo de classificação começou com a apresentação da candidatura, pela Câmara Municipal e Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) à DGPC, que o remeteu para Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura, tendo sido aprovada por unanimidade”, especificou o autarca social-democrata.
A abertura do processo de classificação da aldeia de Sistelo como Paisagem Cultural foi publicada em Diário da República, dia 10 de dezembro de 2015, como forma de “preservar e valorizar” os socalcos de produção agrícola, “únicos no país”.
A área agora considerada para classificação “abrange um alargado espaço de inigualável qualidade ambiental e natural, vizinho do único parque nacional do país, o Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), portador de um notável património etnográfico e histórico, marcado por centenas de anos de ocupação humana que moldaram a paisagem, com destaque para os singulares e excecionais socalcos de produção agrícola, únicos no país, e que valeram já a Sistelo uma outra classificação informal, a de pequeno Tibete português”.
Aquela classificação vai ainda permitir “a valorização do rio Vez e afastar qualquer interferência na sua beleza e efeitos na paisagem envolvente”.
O social-democrata João Manuel Esteves sublinhou tratar-se da “primeira classificação de um território em Portugal”.
“Com esta classificação aquele espaço passa a ter a importância de um monumento”, reforçou, referindo que “representa o reconhecimento da importância daquele sítio, do trabalho desenvolvido pela autarquia e pela população”.
“É um grande salto na promoção do território, um grande impulso na criação de emprego e na fixação de população”, frisou.
Segundo João Manuel Esteves com aquela classificação os socalcos agrícolas da aldeia, que classificou “de uma beleza única e espetacular”, serão “preservados e valorizados, aumentando a sua atratividade turística através da captação de novos investimentos”.