c/VÍDEO: VIANA: ´Governo não chumbou offshore das eólicas e está apenas a organizar o concurso`, diz Luís Nobre

O Governo anunciou que não é viável o projeto offshore eólico que a BayWa r.e. quer fazer avançar - parque eólico flutuante com 30 turbinas, até 600 MW - ao largo de Viana do Castelo.

Segundo o Jornal de Negócios, o Governo diz que o projeto só é viável noutra área marítima dedicada às renováveis, ainda por definir. Os alemães avisam que podem desistir do investimento até março.

No entanto o presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, contraria esta informação e diz que não está em causa a criação de um offshore eólico ao largo de Viana do Castelo – nomeadamente a norte das atuais três eólicas existentes da Windfloat – e que é tudo uma questão de “concurso e regra”.

“Vai ser aberto um concurso e várias empresas, em consórcio ou individualmente, podem concorrer”, frisou o edil de Viana do Castelo, que garante que não está em causa este offshore.

“Estamos a trabalhar em conjunto com todos, incluindo a Galiza e IPVC, para haver aqui uma estratégia. Nunca nunca vai estar de fora desse projeto e o estado apenas está a defender o interesse nacional”, apontou Luís Nobre.

Mas a verdade é que alguns partidos da esfera de Viana do Castelo têm dúvidas. Eduardo Teixeira, do PSD e vereador, quer questionar Governo sobre o assunto.

“Há necessidade de questionar o Governo e Câmara de Viana deste parecer que diz que não é viável. Estamos preocupados, pois é um investimento importante para Viana. Estas noticias podem desmoralizar este investimento e desaproveitar fundos estruturais deste projeto”, afirmou.

Já Ilda Araújo Novo afirma “alguma perplexidade” que vê “o não” ao projecto da BayWa r.e. dadas as contradições e imprecisões nas noticias e declarações que têm vindo a publico.

“Lembramos que em Fevereiro de 2022, foi afirmado pelo então Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, que iria iniciar-se o período de consulta pública e que, caso não surgissem outros interessados na área em causa seguir-se-ia a formalização contratual e a elaboração e conclusão do projecto do plano de afectação pela BayWa. Disse também que não tinham sido identificados condicionantes à afectação da área ao uso e actividade propostos, após consulta já havida junto da Secretaria de Estado da Energia e da Câmara Municipal de Viana do Castelo”, recorda a centrista.

“Todo este tempo volvido, vemos noticiado que a Secretaria de Estado do Mar entende que a área em questão não é viável pois trata-se de área piloto reservada ao desenvolvimento de projectos pré-comerciais. Por outro lado, a empresa alega que o projecto ficaria a norte onde opera a já instalada Windfloat e não na mesma zona, pelo que não reconhece restrições à natureza dos projectos que podem ser instalados”, aponta ainda Ilda Araújo Novo.

Esta também vereadora, em coligação com o PSD na Câmara de Viana, questiona e lança dúvidas.

“É ou não um projecto comercial “maduro” a poder ser considerado, atempadamente, e à margem dos leilões previstos, para não se perder um investimento que não acarreta custos para o estado e é fundamental para a industria nacional e para o Concelho ? A zona piloto é ou não para transformação em área de produção de energia de escala comercial? Coincide ou não área pretendida pela empresa com a zona piloto? Havendo mais interessados para o plano de afectação passar a ser de iniciativa pública e elaborado pelos serviços ou, aparentemente, definido por “mais um” grupo de trabalho, não é de haver clareza e celeridade na definição de critérios?”, destaca Ilda Araújo Novo.

Esta rádio pediu também à CDU, através da vereadora Cláudia Marinho, uma reação ao caso, mas até ao momento sem sucesso.