Jéssica foi morta devido a dívida de 400 euros por feitiço que a mãe encomendou
23 Junho 2022, 13:17
Uma dívida de 400 euros terá estado na origem da morte da menina de três anos de Setúbal. Autópsia da Jéssica revela agressões brutais na cabeça e genitais.
Segundo apurou este jornal, a menina foi espancada durante quatro dias. Mãe já assumiu que estava a ser ameaçada pela ama da criança, devido a uma dívida de bruxaria que própria ama executou.
A Polícia Judiciária revelou em comunicado, divulgado na manhã de hoje, que identificou e deteve um homem de 58 anos e duas mulheres, de 52 e 27 anos, “por sobre eles recaírem fortes indícios da prática dos crimes de homicídio qualificado, ofensas à integridade física grave, rapto e extorsão” na sequência da morte da menina de três anos, ocorrida no passado dia 20 de junho.
“Os detidos serão presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas”, informa ainda a declaração.
A mãe de Jéssica e o padrasto da criança saíram em liberdade depois de terem sido interrogados pela PJ, já na madrugada de hoje.
A mulher terá dito à família e vizinhos que a menina estava numa colónia de férias, para justificar a ausência de Jéssica, agindo sob coação do casal que lhe raptou a filha. A criança foi devolvida à mãe na manhã de segunda-feira, ainda que esta só tenha pedido auxílio para a criança ao início da tarde.
Devido a esta demora em prestar ajuda a uma criança que estaria visivelmente debilitada e com sinais de agressões, as autoridades poderão extrair deste processo, em que a mãe de Jéssica é vítima, uma certidão para apurarem se existiu negligência da mulher que não levou imediatamente a filha a um hospital.
Além de Jéssica, a mulher tem mais filhos, mas só a mais nova viveria com ela e com o padrasto, que colaborou com as autoridades. Tanto o padrasto como a avó da menina garantiram que a mãe não tinha qualquer responsabilidade nos maus tratos infligidos a Jéssica.
Já a falsa ama foi localizada quando estava já em fuga, tendo sido intercetada pela Polícia Judiciária na região de Leiria. Não se sabe se estaria a preparar-se para fugir do país. Acabou por seguir com a PJ para Setúbal algemada, não por estar naquela altura sob detenção mas devido a receios que pudesse atentar contra a própria vida.