Marta Paço faz desabafo: “Temos de parar de olhar para nós como atletas de classe inferior”
10 Março 2025, 10:27
Marta Paço, tetra campeã mundial de surf adaptado, defende uma mudança estrutural no desporto adaptado.
A atleta vianense, uma das principais referências do parasurfing mundial, publicou uma carta aberta em que considera que é preciso “parar de olhar para o desporto adaptado como algo terapêutico e começar a olhar para ele como uma carreira profissional e para os atletas como atletas no sentido literal da palavra”.
Este fim-de-semana, Portimão seria palco do primeiro campeonato internacional de surf adaptado em Portugal, mas a prova acabou por não se realizar devido a fatores diversos, incluindo as condições meteorológicas.
Em jeito de desabafo, Marta enfatiza que “mais do que nos preocuparmos com a quantidade de campeonatos, devemos garantir a qualidade de todos eles”, sublinhando que “antes de ambicionarmos participar nos Jogos Paralímpicos, temos que nos preocupar em criar um (e apenas um) circuito mundial bem-definido, claro, com continuidade, com profissionalismo, coerência, estrutura e dignidade”.
“Só assim será possível evoluir e fazer do parasurfing um desporto verdadeiramente envolvente, competitivo e global”, assinala.
“Temos que, enquanto comunidade, definir as nossas prioridades em conjunto e defender, acima dos nossos desejos e interesses pessoais, os interesses do nosso desporto como um todo. Talvez tenhamos que repensar e refazer parte do que já conquistamos. Talvez seja difícil para todos mas é indispensável. Da minha parte, continuarei a apoiar todas as iniciativas que conseguir e a lutar pelo parasurfing enquanto desporto”, concluiu a publicação.