Trabalhadores da fábrica de papel de Viana em greve por aumentos salariais

Os trabalhadores da DS Smith, em Viana do Castelo, iniciaram no sábado uma greve que se prolonga até à 24 horas desta terça-feira.

A paralisação resulta de um “acumular de situações de vários anos que culminou agora com as negociações do acordo de empresa”.

“Em causa está um aumento do salário em 4,3%, no mínimo de 140 euros ”, informou à Rádio Alto Minho o coordenador da comissão de trabalhadores e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE Norte).

José Flores referiu ainda que, no entendimento dos trabalhadores, “a empresa há mais de 20 anos que está a pagar apenas 35% do prémio de produção que devia pagar aos trabalhadores”, admitindo levar o assunto a tribunal “porque a empresa não está a assumir esse erro”.

O dirigente acusa ainda a empresa de “molestar e coagir “ os trabalhadores. “São chamados um a um para resolverem situações que antigamente eram discutidas e revolvidas no interior dos departamentos. Agora, quando há qualquer coisa, quando alguém fala um bocadinho mais alto, vai ter que ir aos Recursos Humanos, que o pessoal apelida de quarto escuro”, refere.

Em comunicado enviado à Rádio Alto Minho, a DS Smith lamenta que os colaboradores tenham “optado por uma ação coletiva, especialmente tendo em conta as conversações positivas que temos desenvolvido”.

“Gostaríamos de sublinhar que a proposta salarial que apresentámos é muito generosa. Tal como a do ano passado, esta proposta oferece um aumento superior à inflação, num contexto de condições de mercado desafiantes”, refere.

A empresa assegura que continua empenhada em “encontrar uma solução que apoie os nossos colaboradores e a nossa empresa”.