Em Portugal, a população estrangeira residente é de pouco mais de um milhão.
C/Lusa
17 Outubro 2024, 11:49
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, garantiu esta quinta-feira que Portugal está disponível para receber imigrantes, mas não o fará "de portas escancaradas", defendendo mecanismos na União Europeia (UE) contra a imigração ilegal e que garantam os retornos nessas situações.
“Nós estamos disponíveis para poder acolher, em Portugal, imigrantes provindos de países onde as pessoas não veem as suas oportunidades garantidas. Nós precisamos de mão-de-obra, de mão-de-obra qualificada, de mão-de-obra para vários setores de atividade económica e temos essa abertura, […] mas essa abertura não deve confundir-se com uma política de portas escancaradas”, declarou o chefe de Governo português.
Falando em Bruxelas na chegada ao Conselho Europeu marcado por uma discussão sobre a gestão migratória, Luís Montenegro defendeu a criação ao nível da UE de “mecanismos que façam com que aqueles que não cumprem as regras possam ser repatriados, possam ter um retorno que, naturalmente, garanta o respeito pelos direitos humanos e que garanta o respeito pela dignidade”.
“Tem de haver uma consequência para a imigração irregular porque se não houver uma consequência isso significa abrir a porta e toda a gente que chega à Europa de forma irregular acaba por ver a sua situação regularizada e, portanto, é preciso efetivamente que, nos casos de maior pressão, possa haver mecanismos que façam dissuadir comportamentos irregulares”, adiantou.
Ressalvando que “cada Estado-membro tem a sua realidade” migratória, Luís Montenegro reforçou: “Aquilo que neste momento mais nos preocupa a nós Portugal é que efetivamente haja uma política de retorno que seja, do ponto de vista da garantia dos direitos humanos, capaz de, por um lado, prosseguir o objetivo de conduzir as pessoas a terem um comportamento dentro das regras”.
“Nós somos um país que precisa de acolher imigrantes e também precisa, como aliás tem sido a política deste Governo, de ter fluxos migratórios regulamentados de forma a poder dar condições de acolhimento mais dignas e é isso que é a nossa disponibilidade”, concluiu.