Ministro da Defesa elogia West Sea por cumprir “religiosamente” contrato com a Marinha
03 Maio 2017, 20:58
O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, elogiou hoje os estaleiros da WestSea, em Viana do Castelo, pelo cumprimento “cabal” do contrato de construção de dois Navios Patrulha Oceânico (NPO) para Marinha portuguesa, a entregar em 2018.
Azeredo Lopes visitou, hoje, pela primeira vez desde que assumiu funções, os estaleiros da WestSea e assitiu à cerimónia de flutuação do terceiro Navio Patrulha Oceânico (NPO), que está a ser construído em Viana do Castelo para a Marinha e que será batizado com o nome “NRP Sines”.
“Os Estaleiros de Viana do Castelo cumpriram de forma, absolutamente, cabal aquilo que estava contratualizado. Para isso, contribuiu também, muito, a competência técnica da Marinha e, a circunstância, de não haver alterações contratuais, de haver um prazo e um planeamento de execução que foi religiosamente, cumprido, aliás com um ganho de alguns dias em relação ao que estava, aparentemente, previsto”, afirmou o governante após uma reunião com a administração da WestSea, empresa subconcessionária dos estaleiros navais da cidade.
Para Azeredo Lopes trata-se de “algo relativamente pouco habitual”, sublinhando ser “importante” para o Governo “testemunhar, em primeiro lugar, a circunstância de que se confirma a possibilidade da indústria nacional ou estabelecida em Portugal poder participar no esforço de investimento e de capacitação das Forças Armadas”.
“No caso concreto a capacidade de construir, de planear, de desenhar um modelo de navio que, eu espero, possa ser utilizado no futuro não só pela Marinha Portuguesa mas garantir, pouco a pouco, capacidade exportável”, frisou.
Os dois navios representam um investimento de 70 milhões de euros e vão reforçar o dispositivo naval da Marinha portuguesa a partir de meados de 2018.
O primeiro navio será entregue em junho e o segundo em dezembro do próximo ano.
A construção dos dois NPO nos estaleiros da WestSea foi anunciada, em maio de 2015, pelo então primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
Segundo dados avançados hoje pela West Sea, a subconcessionária dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) conta, atualmente com cerca de 264 trabalhadores, dos quais 155 são antigos funcionários dos ENVC. ´
Além daqueles, trabalham nos estaleiros da West Sea, “em média, por dia, ns últimos quatro meses, 335 trabalhadores indiretos (subempreiteiros)”.
A empresa “procedeu à recuperação das instalações e dos equipamentos dos ENVC, num investimento que ultrapassa os seis milhões de euros”.
A West Sea “já efetuou a reparação ou reconversão de 118 navios e conta com nove contratos de construção naval”.
Entre eles estão cinco navios cruzeiro para o rio Douro, já entregues à empresa Douro Azul, os dois NPO em construção para a Marinha Portuguesa, e com entrega marcada para 2018, uma draga de sucção até -40 metros de profundidade, para a empresa Dragus, a entregar em 2018 e um porta flutuante para doca de estaleiro, para empresa francesa Joseph Paris, também com prazo de entrega no próximo ano 2018.
Em negociação, a West Sea revelou ter “três contratos para a construção de um navio de expedição, para a empresa Mystic Cruises, um navio de expedição, para a empresa International Trade Winds e um navio cruzeiro para a empresa Douro Azul, para operar no rio Douro”.
Questionado pelos jornalistas sobre o contrato para a construção dos dois navios asfalteiros para a Venezuela, o ministro da Defesa disse a empresa Petróleos de Venezuela, SA (PDVSA) “foi notificada pelo não cumprimento total dessa relação contratual, estando a decorrer o prazo para resposta”.
“Vamos aguardar para ver qual é essa resposta. Mas de facto e como eu disse, no Parlamento, parece hoje menos provável a realização tranquila e a execução tranquila dessa relação contratual”, referiu.
Em março passado, o ministro da Defesa Nacional, admitiu como “muito provável” que o contrato para a construção dos dois navios asfalteiros para a Venezuela não se concretize, deixando um “imbróglio” que o Governo está a tentar resolver.
“O contrato de construção dos asfalteiros muito provavelmente não se vai concretizar”, afirmou, na altura, Azeredo Lopes, em resposta a uma questão do deputado do Bloco de Esquerda (BE), João Vasconcelos, durante uma audição na comissão parlamentar de Defesa.
O contrato para a construção dos navios foi celebrado em 2010 entre a empresa Petróleos da Venezuela Naval e os ENVC, no valor de 128 milhões de euros.
A resolução deste contrato é o principal impeditivo da extinção dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).
Por este contrato, os ENVC receberam cerca de 12,8 milhões de euros e iniciaram em maio de 2013 a aquisição de matéria-prima e outros equipamentos para a construção dos dois navios, com 188 metros de comprimento, que se destinam ao transporte de asfalto.