“Olho para o Norte e acho que a sua maior valia não é o protesto, mas a exigência. Entendo que, provavelmente, é mais fácil o Norte ganhar, se jogar bem, jogar ao ataque, em vez de, passar a vida a protestar com o árbitro”, realçou o novo líder do órgão consultivo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), onde têm assento os 86 municípios e representantes de várias instituições do território.
Segundo Miguel Alves, aquela metáfora “serve para dizer que o Norte tem de ser mais impositivo e mais exigente, mas que essa exigência tem de ter substrato”.
Para o presidente da Câmara de Caminha, o segundo do Alto Minho a exercer o cargo, depois do ex-autarca Francisco Araújo (PSD), “o país precisa do Norte e precisa de um norte”.
“O país não pode perder o Norte e, nesse sentido, nós temos de fazer parte das soluções. É isso que eu gostava de fazer, a partir do Conselho Regional, que não é um maná, nem vai resolver todas as questões, mas que tem a responsabilidade de procurar ser mais ativo e menos pró-ativo, jogar mais ao ataque que à defesa”, defendeu.
Com exemplo das “vantagens” dessa metodologia, apontou a reprogramação do programa “Norte 2020”, “estabilizada” na reunião de terça-feira em Felgueiras e que prevê “um reforço de 260 milhões de euros para investimento no território”.
“É uma boa notícia, pelo menos melhor do que a proposta inicial que previa cerca 86 milhões de euros. É um reforço de 260 milhões de euros do investimento no território. Agora temos de cuidar da sua execução. Ela tem de correr bem, não podemos deixar que um cêntimo volte para Bruxelas e, depois, temos de preparar o quadro comunitário da próxima década”, disse.
O CRN “tem, entre as suas competências, o acompanhamento das atividades da CCDRN e da execução dos fundos comunitários, a pronúncia sobre projetos de relevância nacional a instalar na região, a elaboração de propostas de investimento ou dar parecer sobre as medidas de descentralização ou desconcentração administrativa”.
Miguel Alves tem 42 anos e cumpre o seu segundo mandato na Câmara Municipal de Caminha. É membro do Comité das Regiões em Bruxelas, membro do Conselho Geral da Associação Nacional de Municípios Portugueses e presidente da Federação Distrital do PS de Viana do Castelo e membro da Comissão Política Nacional dos socialistas´.