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Politécnico de Viana investiga como atenuar os efeitos do gás radão

Rádio Alto Minho

15 Novembro 2018, 14:47

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O Instituto Politécnico de Viana do Castelo está a investigar os riscos associados à propagação do gás radão em edifícios de construção granítica na Região do Minho. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a exposição prolongada a concentrações elevadas deste tipo de gás está diretamente relacionada com o aumento do risco do aparecimento de cancro do pulmão.

A investigação resulta do projeto “RnMonitor: Infraestrutura de Monitorização Online e Estratégias de Mitigação Ativa do Gás Radão no Ar Interior em Edifícios Públicos da Região Norte de Portugal”.

Nesse sentido, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESTG-IPVC) vai realizar, no  dia 29, pelas 14:30, no Anfiteatro 1.2 da ESTG-IPVC, um ‘workshop’ que vai trazer até Viana do Castelo um novo debate, com especialistas portugueses e da Galiza.

Trata-se de um segundo evento promovido pelo IPVC no âmbito deste projeto que tem por finalidade investigar e propor um conjunto de medidas de mitigação que visam a atenuação do problema, em face da realidade portuguesa.

O segundo workshop em Monitorização do gás Radão e estratégias de mitigação em Edifícios Públicos vai discutir, entre outras, questões com a “caracterização geológica da Região do Minho, a Mitigação do gás Radão nos edifícios, em concreto no caso da vizinha Galiza; entre outros relacionados com a monitorização e visualização online dos resultados da concentração do gás radão, em tempo útil, numa plataforma especificamente concebida para o efeito”.

O Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) pretende “tornar-se uma instituição de referência no estudo da mitigação do gás radão em edifícios graníticos do Minho”.

O projeto está a ser desenvolvido em coprodução com o Instituto de Telecomunicações (IT), Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) e a empresa BMViV, que opera na área da energia e ambiente e apresenta como principais objetivos a caracterização da concentração de gás radão numa amostra alargada de edifícios públicos nas regiões de Viana do Castelo e Barcelos, bem como o desenvolvimento de um piloto tecnológico no contexto da Internet das Coisas (IoT) que permita efetuar a monitorização online de um conjunto de edifícios públicos previamente selecionados, e desta forma sensibilizar a população e as autoridades locais para a necessidade de adoção de estratégias de mitigação do gás radão em ambientes interiores.

António Curado e Sérgio Lopes, docentes do IPVC e coordenadores do projeto sublinham que do primeiro workshop realizado chegou-se à conclusão que “em ambientes exteriores a concentração de gás radão não oferece qualquer tipo de problemas em matéria de saúde pública, contudo em ambientes interiores, em cenário de fraca ventilação, as concentrações do referido gás podem ser consideravelmente elevadas e causadoras de uma pobre qualidade do ar. Para além disso, na região do Minho, a construção granítica predomina tanto nos solos, como na construção de edifícios residenciais e não residenciais, pelo que as questões relacionadas com a Qualidade do Ar Interior (QAI) colocam-se com particular acuidade”.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a exposição prolongada a concentrações elevadas deste tipo de gás está diretamente relacionada com o aumento do risco do aparecimento de cancro do pulmão. Nesse sentido, é de vital importância a realização de um estudo alargado na região do Minho que permita medir e monitorizar a concentração do gás radão no interior de edifícios”.

António Curado realça que “apesar do risco, a presença de gás radão não é um elemento que impede a utilização permanente e exaustiva dos edifícios graníticos, constituindo, no entanto, um problema que carece de análise e de uma consequente proposta de mitigação, quando necessário”.

O Gás Radão não tem cor, não tem cheiro, não se sente e não se move, e, no entanto, é a segunda principal causa que pode conduzir ao Cancro do Pulmão em muitos países, segundo a Organização Mundial de Saúde. Como o radão não tem cor, cheiro ou sabor, não se dá por ele. Por isso, a única forma de o consumidor saber se tem níveis elevados deste gás em casa, é efetuando uma medição.

É um gás radioativo presente no solo e nos materiais de granito. Na forma gasosa, é incolor, inodoro e insípido; na forma sólida, tem cor avermelhada.

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