António Costa pediu, ao início desta tarde, a demissão do cargo de primeiro-ministro. A decisão surge no seguimento das buscas, realizadas esta manhã, relacionadas com a operação negócio do lítio, que levaram à detenção do chefe de gabinete do primeiro-ministro e à constituição João Galamba como arguido.
No anúncio da decisão, António Costa afirmou desconhecer “em absoluto a existência do processo”, mostrando disponibilidade para colaborar com as autoridades.
O primeiro-ministro demissionário reforçou a impossibilidade de continuar a exercer funções com um clima de suspeição a pairar sobre a sua governação. Apesar disso, afirma: “Não me pesa na consciência a prática de qualquer ato ilícito”
António Costa deixou claro que não vai voltar a candidatar-se ao cargo. “Não me vou recandidatar a primeiro-ministro, isso é claro”, afirmou.
O país acordou com um novo caso. O Ministério Público realizou buscas durante a manhã, num processo que envolve o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o ex-ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, e o gestor Diogo Lacerda Machado.
Vítor Escária, chefe de gabinete de António Costa, Lacerda Machado, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, e dois executivos de empresas foram detidos no decorrer das buscas.
Cabe agora a Marcelo Rebelo de Sousa decidir os próximos passos a dar, sendo provável a realização de novas eleições.