Cidade balnear brasileira Atafona está a desaparecer no oceano
18 Fevereiro 2022, 14:21
A cidade balnear brasileira Atafona, a norte do Rio de Janeiro, está a desaparecer no oceano, que entra em terra seis metros em média por ano. Mais de 500 habitações já foram submersas, ao longo de dois quilómetros de frente de mar.
Na zona em risco, próxima do litoral, apenas se mantêm de pé 180 habitações com 302 habitantes.
Cerca de quatro por cento dos litorais do mundo inteiro veem o mar avançar mais de cinco metros por ano na sua terra. Atafona está incluída.
A situação deve agravar-se, a longo prazo, com “a subida do nível do mar”, devido às alterações climáticas, e a curto e médio prazo “com a ondulação excecional e os longos períodos de seca ou chuva”, explicou o geólogo Eduardo Bulhões, da Universidade Federal Fluminense.
Mas além da erosão extrema, a Atafona sofre de outro problema crónico.
“Por causa da ação humana, o volume de água do rio Paraíba do Sul reduziu-se drasticamente nos últimos 40 anos, bem como a sua capacidade de transportar sedimentos até à foz”, em Atafona, acrescentou.
Desta forma, a areia da praia não se renova e o oceano avança sobre a terra.
Sem contar com a construção de habitações à beira-mar, que elimina a primeira linha de defesa natural: as dunas e a vegetação.
Em resultado, o areal transformou-se em um amontoado de escombros.
E a comunidade de 600 pescadores também sofre com a seca do rio.
Dos vários projetos falados para procurar responder ao problema, como construir diques ou transportar areia, nenhum avançou.