Eis a programação das Comédias do Minho para 2025
01 Fevereiro 2025, 14:55
As Comédias do Minho apresentaram a sua programação até julho de 2025, com mais de duas dezenas de iniciativas que incluem estreias exclusivas, encomendas, cocriações nacionais e internacionais, oficinas, cursos, festivais e espetáculos de rua.
Sob o lema “Ir ao Encontro”, a associação cultural reafirma a sua missão de estreitar laços com as comunidades e de responder às mudanças sociais e económicas que marcam o Alto Minho. “Queremos chegar às pessoas, onde quer que estejam, e abrir portas que possam ter sido fechadas, física ou simbolicamente”, sublinha Fátima Alçada, diretora artística das Comédias do Minho.
Entre os destaques da programação estão dois projetos de longa duração que refletem esta visão de futuro. O “555.5 Curso Alargado Sem Interesse Nenhum” é uma iniciativa que desafia jovens do ensino secundário a explorar novas possibilidades criativas, envolvendo nomes como Albano Jerónimo, Afonso Cruz, Marta Bernardes, Beatriz Batarda e José Maria Vieira Mendes. O curso, que arrancou em dezembro de 2024 nas escolas secundárias, tem a duração de três anos e desafia os “desarrumadores” a ir ao encontro de jovens para os desassossegar, para desarrumar cabeças e ideias, mas acima de tudo, para criar em conjunto, possibilidades de futuro. “O nome desta iniciativa é 555.5 Curso Alargado Sem Interesse Nenhum, ou não fossem as coisas, aparentemente, sem interesse nenhum, as mais fascinantes“, assinala a diretora artística. Esta iniciativa, focada no desenvolvimento do pensamento crítico entre os jovens, conta com o apoio da Fundação La Caixa e do dstgroup.
2025 será também o ano em que as Comédias do Minho sairão do Vale do Alto Minho para ocupar temporariamente outros lugares.
Com “Ocupações Minhotas“, título e inspiração resgatados de uma iniciativa que realizaram em 2016 em Lisboa, a associação cultural inicia um projeto bienal para ampliar a sua geografia de intervenção, as suas atividades e dar um carácter regular a estas ocupações. “É neste ir e vir, dentro e fora do território dos cinco municípios do Alto Minho que pensámos e projetámos a atividade para esta temporada e para o futuro“, destaca Fátima Alçada.
A programação prevista até julho está organizada em três áreas de intervenção: a Companhia de Teatro Profissional, o Projeto Pedagógico e o Projeto Comunitário. Estas áreas convergem num objetivo comum: usar a arte como meio de ligação e de transformação.
“Chegar a Tempo” marca o arranque da programação da Companhia de Teatro
A Companhia de Teatro Profissional apresenta já em março a produção “Chegar a Tempo”, uma encomenda à encenadora Joana Craveiro e ao Teatro do Vestido que aborda o desaparecimento de lugares centrais das comunidades, como cafés, lojas, supermercados, Esta criação explora o impacto do desaparecimento de espaços comunitários no Alto Minho, partindo de entrevistas e pesquisas locais para criar um retrato íntimo e crítico sobre as mudanças nas comunidades. “Partindo de um conjunto desses lugares outrora centrais nas comunidades de cinco municípios do Vale do Minho (Paredes de Coura, Monção, Valença, Melgaço e Vila Nova de Cerveira) este convite à Joana Craveiro foca-se precisamente nas ideias de fantasmagoria, abandono, transformação e perda, para refletir sobre marcas que ficaram da crise sanitária decorrente do COVID-19, que obrigou ao encerramento de tantos espaços privados e públicos”, explica a diretora artística.
Em julho, no dia 13, a companhia sobe ao palco do Centro Cultural de Belém com a produção “Aves”. A peça, que esteve em digressão em Valença, Paredes de Coura, Melgaço, Monção e Vila Nova de Cerveira no final de 2024, é uma cocriação das Comédias do Minho com a mala voadora e apresenta uma versão contemporânea da obra-prima de Aristófanes. A peça estará no próximo dia 1 de Fevereiro no Centro Cultural de Lagos.
Programação completa disponível em: https://we.tl/t-zMSfsCBIGX