Viana do Castelo apanhada de surpresa com cedência de piroga a Caminha

“Foi uma surpresa”. Foi assim que o presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, reagiu ao anúncio de que a piroga encontrada há 39 anos no rio Lima vai ser exposta em Caminha.

“Foi uma surpresa. Soubemos pela Comunicação Social. Não fomos consultados”, afirmou o autarca, que respondia ao vereador do PSD Paulo Vale no período antes da ordem de trabalhos da reunião do executivo vianense.

O edil assegurou que vai entrar em contato com o diretor do Património Cultural, Instituto Público para perceber se a cedência é “irreversível”.

” Vou fazer o contato de uma forma urbana e cordial, mas o diretor do Património tem uma pedra para descalçar”.

“Já tínhamos manifestado a vontade de ficar com a piroga e mantemos essa vontade”, atirou.

Recorde-se que a Câmara de Caminha anunciou ontem que vai expor no museu municipal a primeira piroga monóxila encontrada no rio Lima há 39 anos.

Em comunicado, a autarquia caminhense adianta que aprovou um contrato com o Património Cultural, Instituto Público, que prevê a cedência temporária de bens culturais móveis, neste caso a “Piroga Monóxila”, cuja cronologia aponta para o período entre a segunda metade do séc. X e a primeira metade do séc. XI.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião do executivo, Luís Nobre afirmou que as pirogas foram encontradas no concelho e, por isso, são património de Viana, adiantando que vai “dialogar” quer com a direção do Património, quer com o município de Caminha para que seja encontrada uma solução.