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+Minho: Guest House Dona Emília

Rádio Alto Minho

09 Setembro 2016, 15:04

Acessibilidade

Nuno Marinho, arquiteto de formação, foi o responsável pelo plano de decoração e de criação de novas peças de mobiliário. O projeto que contou com as colaborações da Loja Laranja, da Oficina de Conservação e Restauro e do projeto Gur, remete a Casa Dona Emília para um ambiente vintage, convidando-nos a fazer uma viagem pelos anos 20, 30, 50 ou 60.

Rute Esteves, performer e educadora de formação, é o cérebro da dinâmica da casa Dona Emília e de todos os aspectos ligados ao atendimento, conforto e bem-estar dos hóspedes e visitantes. Criativos por natureza e sem imaginar o que daí resultaria, Rute e Nuno começaram a “desenhar” o seu futuro profissional no dia em que, enquanto estudantes e amigos, se encontraram no Porto e decidiram alugar um quarto lá de casa, para ajudar nas despesas (ouvir áudio).

Os anfitriões da Casa de Hospedes Dona Emília, são um casal formado na área artística e são ambos naturais de Viana do Castelo. Durante muitos anos, Nuno e Rute, para se formarem e trabalhar, viveram fora da sua cidade natal. Esse terá sido o gatilho para se tornarem anfitriões especiais e sensíveis às relações humanas e ao desenvolvimento artístico e cultural onde estão inseridos. Ambos adquiriram experiência em turismo urbano em Barcelona e no Porto e, durante os últimos três anos, implementaram a decoração e geriram a Casa dos Carvalhais, um empreendimento de turismo rural perto do Gerês. Neste contexto, desenvolveram ainda o projeto “Amor Cruzado”, um programa de residências artísticas e partilha entre artesãos e artistas, onde se cruzaram técnicas tradicionais com técnicas contemporâneas. Este percurso está também na génese da Casa de Hóspedes Dona Emília, no sentido de proporcionar experiencias diferentes e inovadoras aos seus visitantes. Nesse sentido, o casal promete trazer muitas novidades a este espaço, partilhando a sua forma de estar na vida e nos negócios.

Partindo do principio que a Casa de Hospedes Dona Emília teria de ser um espaço familiar, retratando a localização e as caraterísticas do edifício onde está inserida, o nome para esta Guest House surgiu de forma natural. Dona Emília, com um nome tão caraterístico, é de fato avó de Nuno Marinho. Representado os principais valores do negocio que pretendia abrir, esta foi também a forma que Nuno encontrou para homenagear em vida a sua avó.

Emília Freitas, a avó do Nuno, nasceu em Ponte de Lima há 88 anos mas ainda na sua infância veio viver para Viana do Castelo. A irreverência e boa disposição pautou sempre a sua vida e foi sobretudo no fado que encontrou forma de exprimir os seus sentimentos e emoções. Cozinheira de mão cheia, costureira e modista, alugou quartos durante vários anos a diversos empregados do comércio e profissões liberais que passaram a ser considerados como família. Viveu grande parte da sua vida sob a ditadura que combateu, fazendo da sua casa um abrigo para resistentes e um baluarte pela igualdade dos direitos da mulher.

Hoje, tal como antes, continua a exprimir a sua verdadeira alma, e nesta entrevista não escondeu as emoções da homenagem prestada pelo neto (ouvir áudio).

Esperando que Viana do Castelo não repita erros cometidos em grandes cidades europeias no que diz respeito à estratégia para o turismo, Nuno Marinho e Rute Esteves pretendem abordar o seu negócio de forma distinta, participando da experiencia que o hospede vive enquanto está alojado na Casa Dona Emília e incluindo a comunidade nos atuais e futuros projetos deste espaço.

A Casa de hospedes Dona Emília abriu portas a 9 de Agosto. Em pleno mês de férias e festas da cidade de Viana do Castelo a taxa de ocupação foi excepcional. Nuno e Rute admitem ainda que foi extraordinário ver finalmente este projeto em prática após longos meses de trabalho árduo de preparação. Na sequência da abertura, para os empresários, agora é tempo de consolidar o negócio e trabalhar para manter bons níveis de ocupação em época baixa (ouvir áudio).

O projeto Amor Cruzado, um programa de residências artísticas de partilha entre artesãos e artistas onde se cruzaram técnicas tradicionais com técnicas contemporânea, jantares temáticos, cursos de gastronomia, workshops e o lançamento da marca Dona Emília, desenvolvida por artesãos locais e composta por objetos personalizados provenientes da estadia do hospede, prometem animar a oferta publica desta unidade hoteleira.

Nuno Marinho e Rute Esteves sentem-se realizados com a atividade que estão a desenvolver. Depois de terem residido fora do pais e considerando que, apesar de distinta e distante das ambições profissionais de cada um na juventude, a formação que adquiriram tem ajudado a implementar o negócio que agora lideram, ambos deixam nesta entrevista um recado aos jovens emigrantes da sua geração (ouvir áudio).